Procura pelo D&O aumenta entre executivos brasileiros
O seguro que cobre danos a terceiros provocados por administradores e diretores de empresas, conhecido como seguro de D&O (na sigla em inglês), deverá figurar entre as carteiras que mais vão crescer este ano. Segundo o coordenador da recém-criada Comissão de D&O da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Leandro Martinez, a receita de prêmios nessa modalidade deve chegar a R$ 115 milhões até dezembro, com expansão de 23% em relação a 2008.
Os últimos dados disponibilizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), acumulados até agosto, mostram que o faturamento do seguro de D&O atingiu R$ 104,2 milhões, 83% a mais do que em igual período de 2008. Só em agosto, o seguro, que movimentou prêmios de R$ 35,1 milhões, deu um salto de 241,4% ante o mês anterior e de 205,1% sobre igual mês do ano passado.
NOVO QUADRO
Diante dos números, o desempenho previsto por Leandro Martinez para este ano na carteira é considerado conservador, pois leva em conta o comportamento das vendas neste semestre idênticas às dos seis últimos meses de 2008, o que é pouco provável, já que a demanda pelo produto está aquecida, como verificado em agosto.
A crise financeira mundial influenciou, mas não foi a única razão de desempenho positivo. A crise aumentou a percepção do risco por parte dos administradores de empresas, mas, não é a causa remota para o aumento da procura por esse tipo de seguro. Nos últimos dez anos, inúmeros fatores surgiram: o novo Código Civil, a Lei Complementar 109, que regulamenta a atividade das entidades de previdência complementar, o desenvolvimento do mercado de capitais, com a criação de segmentos diferenciados, e a atuação mais efetiva da Comissão de Valores Mobiliários, comenta o executivo.
As mudanças referidas pelo executivo aumentaram as responsabilidades dos executivos no comando das empresas. Pelo Código Civil, eles podem, inclusive, responder com seu patrimônio pessoal em ações judiciais resultantes de decisões equivocadas que causem perdas financeiras a organizações.
Fonte: Jornal do Commercio