VGBL volta a puxar expansão do setor

Um ano depois da eclosão da crise financeira global, em setembro, as vendas dos planos de vida geradores de benefício livre (VGBLs) voltaram a puxar o crescimento do mercado de seguros brasileiro, segundo os últimos dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que não incluem o ramo saúde. No acumulado em nove meses, as seguradoras, que faturaram R$ 55,243 bilhões, cresceram 10,7% frente à igual intervalo de 2008. Sem o VGBL, a expansão cairia à metade, para 5,7%, com receita na casa de R$ 34,904 bilhões. Os números da autarquia mostram o retorno do poder de influência do VGBL, que respondeu por R$ 37 de cada R$ 100 captados pelas seguradoras no acumulado até setembro. O produto, com receita de R$ 20,338 bilhões, subiu no período 20,5%, o dobro da média do mercado. Só em setembro, cresceu 48%, a maior alta mensal do ano. De janeiro a setembro, as estatísticas da Susep indicam ainda que as despesas comerciais, representadas sobretudo pelo pagamento de comissões de corretagem, subiram 6,6%, para R$ 6,409 bilhões. Já os sinistros retidos chegaram a R$ 15,759 bilhões, alta de 15,4%, mesmo índice de crescimento verificado nos chamados prêmios ganhos, situados em R$ 29,991 bilhões. VIDA Na principal carteira do ramo de pessoas, a de vida, entre apólices em grupo e individuais, os prêmios foram a R$ 5,974 bilhões, incremento de 12,9% até setembro. Com receita de R$ 1,881 bilhão, o segmento de acidentes pessoais (coletivo e individual) cresceu 17% e o seguro prestamista, 21,7%, para R$ 2,075 bilhões. O seguro de automóvel, somado à cobertura de responsabilidade civil facultativa, manteve a sua evolução acima da média do mercado, favorecida pelo o aumento das vendas da indústria automobilística. De janeiro a setembro, o faturamento do produto, da ordem de R$ 12,430 bilhões, foi 11,7% superior aos R$ 11,122 bilhões realizados em igual período de 2008. CONSTRUÇÃO Ainda sob forte influência das obras de infraestrutura e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os riscos de engenharia quase dobraram de tamanho, ao apresentar expansão no acumulado até setembro de 90%, com captação de R$ 511,9 milhões. As vendas das apólices de riscos operacionais, que atingiram R$ 934 milhões, também subiram, na grandeza de 20,9%, o que não foi verificado nos planos de garantia estendida, cuja receita de R$ 913,6 milhões apresentaram queda de 18,5%. Com faturamento de R$ 753,1 milhões, os multirriscos residenciais subiram 6%, enquanto os pacotes empresariais ficaram estáveis, com pequena alta de 1,7%, para R$ 919 milhões. Os seguros de transportes, por sua vez, ainda retrataram um quadro de desaquecimento até setembro, quando comparado com igual período de 2008. As coberturas que protegem a circulação de mercadorias no País cresceram apenas 3,1%, para R$ 386,7 milhões. Situação pior foi verificada nas garantias de importação e exportação, que caíram 15,8%, para R$ 296,1 milhões. Na responsabilidade civil do transportador rodoviário de carga, a situação não foi diferente: a receita de R$ 347,6 milhões recuou 7,6%. Quadro inverso, contudo, pôde ser observado nos seguros financeiros, cujas vendas permaneceram aceleradas. Até setembro, cresceram significativos 77,7%, com receita de R$ 579,7 milhões. Em escala um pouco abaixo, as modalidades de seguros rurais também reafirmaram em setembro a sua fase de expansão. O faturamento de R$ 664,5 milhões subiu 52%, frente a igual período de 2008. Fonte: Jornal do Commercio