Ouvidorias: diretor do DPDC enumera desafios para os próximos 20 anos

O diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita Wada, avaliou positivamente a adoção das ouvidorias no mercado segurador, ao fazer um balanço dos quatro anos de sua criação, no II Encontro de Ouvidoria, promovido pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), na última segunda-feira (30), no auditório do Espaço Cultural Funenseg, no Rio de Janeiro. Para ele, está claro  o importante papel das ouvidorias no aperfeiçoamento das relações de consumo, acrescentando que seu engajamento é fundamental para novas regras que precisam ser criadas  para os próximos 20 anos. Atualmente, há 33 grupos seguradores que têm as respectivas ouvidorias reconhecidas pela Susep, representando 95% da arrecadação do mercado, desconsiderando-se o ramo de saúde, informa o presidente da Comissão de Ouvidoria da Cnseg, Mario Rossi. No encontro que reuniu mais de 100 participantes,  Morishita também enumerou os novos desafios que cabem às ouvidorias, já que  as seguradoras têm cada vez mais importância estratégica no desenvolvimento do País  e, por isso, precisam manter a sintonia fina com os anseios dos consumidores. Nesse sentido, ele comentou a  trajetória positiva das reclamações catalogadas no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), com dados de 24 Procons, e exortou as ouvidorias das seguradoras a voltar os olhos para buscar soluções para problemas relacionados a imperfeições dos contratos de seguros, à cobrança indevida e descumprimento de oferta,  as três principais queixas dos consumidores. Para ele, estas ações agridem os consumidores e, quando adotadas como estratégia empresarial, acabam empurrando tais empresas  para  uma lista negra da memória institucional do consumidor, tornando-as conhecidas por” práticas perversas, abusivas e desleais”. Na palestra “Próximos desafios da ouvidoria e da defesa do consumidor”, Morishita assinalou que o esforço das ouvidorias  é estratégico para aumentar o nível de confiança dos consumidores no mercado. Ele chegou a sugerir, para o aperfeiçoamento dos serviços nas duas próximas décadas, que o mercado crie uma força tarefa de conflitos emergentes, a fim de combater as mais graves práticas abusivas e grupos de trabalho para discutir  súmulas de contratos e de publicidade, por exemplo. Em resposta, o presidente da CNSeg, João Elisio Ferraz de Campos, disse estar de acordo com a agenda proposta por Morishita para os próximos anos, garantindo que o mercado  busca permanentemente  merecer a confiança dos consumidores, um esforço reconhecido à proporção que eles transferem cada vez mais riscos para as seguradoras. Concordando com a declaração, Morishita disse que “ liderança é exercida em momentos de dificuldades e consiste em assumir riscos corretos”, como é o caso de tornar o processo mais transparente. Fonte: Fenaseg