HSBC amplia portfólio de
O HSBC Seguros prepara para o segundo semestre uma ampliação de seu portfólio de negócios relacionados às mudanças do clima, que além de criar novas fontes de receita ao banco também tem a pretensão de "educar" a população no combate aos problemas ambientais do planeta.
Até novembro, o banco deverá disponibilizar cinco novos produtos: "check-ups" ambientais e assistência de limpeza pós-enchente para residências e automóveis, além do serviço de SMS, no qual o cliente receberá informações por celular sobre as melhores rotas viárias em dias de chuvas e inundações. No caso dos diagnósticos ambientais, os clientes receberão visitas nas quais especialistas contratados pelo HSBC indicarão formas de economizar água e luz, por exemplo, ou de emitir menos poluentes, no caso dos automóveis.
Esses futuros serviços somam-se a duas opções "verdes" de seguros já existentes: o residencial e o de carros, que destinam R$ 30 por apólice vendida a projetos de preservação florestal na Mata Atlântica. De acordo com o CEO do HSBC Seguros, Fernando Moreira, em cinco anos de programa foram vendidas 600 mil apólices, gerando cerca de US$ 90 milhões em prêmios no país.
A apresentação dos novos produtos foi feita durante a abertura do Ano Internacional das Florestas, na sexta-feira, em São Paulo, com a presença de Jan McAlpine, diretora da Divisão das Nações Unidas sobre Florestas. Trata-se também da mais recente aposta do HSBC em um mercado cada vez mais cobiçado pelas instituições financeiras brasileiras.
"O lucro do HSBC será marginal, mas não vamos perder dinheiro com isso", afirma Moreira, lembrando que banco não faz filantropia e que sustentabilidade, em seu conceito clássico, engloba questões sociais e ambientais, mas econômicas também.
A lógica nesse negócio é a do ganha-ganha. Ao mesmo tempo em que cria serviços oportunos, conectados com a mudança incontornável do clima, utiliza parte (ainda não definida) dos recursos para manter o que sobrou da mata nativa de pé. Bom para o banco, bom para a sociedade.
Esse tem sido, nos últimos anos, um desafio para os bancos: fazer da sustentabilidade algo lucrativo. No caso do HSBC, que passou a jogar pesado numa arena até então dominada pelo ABN Amro Real, a reorientação política tem o objetivo anunciado de "tornar a empresa um modelo na prática de sustentabilidade".
Com o programa Desmatamento Evitado, clientes da seguradora ajudaram a preservar 2 mil hectares de florestas no Paraná e em Santa Catarina. Isso representa um estoque de carbono de 275 mil toneladas. Com a criação dos novos negócios, a expectativa é dobrar a área até 2015.
O trabalho é realizado em parceria com a SVPS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), de Curitiba, responsável pela identificação de propriedades rurais com florestas a serem preservadas.
A ideia agora é ampliar o trabalho para os demais biomas brasileiros. Dessa forma, o cliente poderá, no ato da contratação do serviço, escolher onde deseja ver seu dinheiro investido - na preservação florestal da Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga, do Cerrado ou dos Pampas.
Fonte: Valor econômico | Clipp seg