Panorama segurador latino-americano

O período de 2010 e primeiro semestre de 2011 marcou um desempenho positivo para o mercado segurador na América Latina, pelo crescimento, dinamismo, valorização de moedas locais, contexto econômico sólido, ao contrário de países europeus em crise, e por se tratar de um mercado atrativo para investimento.

O mapeamento do setor de seguros na região faz parte da 10ª edição do estudo El mercado asegurador latinoamericano ou “Informe sobre o Mercado de Seguros na América Latina em 2011”, formulado pela Fundación Mapfre e apresentado em março, em São Paulo.

De acordo com Filomeno Mira, vice-presidente da Fundación Mapfre, durante 2010 o mercado obteve crescimento de 19,3% em prêmios, em relação a 2009, atingindo 91,37 bilhões de euros.

O Brasil apresentou crescimento de 39,4% e, juntamente com Peru, 42%; Chile, 36,6%, e Uruguai, 35%, representam os países que tiveram maior crescimento em volumes de prêmios em euros na América Latina. A elevação ocorreu pelo fortalecimento das moedas locais frente ao euro, com destaque para o real e o peso colombiano.

Em relação ao desempenho dos ramos de seguros, 60% dos prêmios em 2010 são referentes aos produtos Não Vida, que apresentaram evolução de 11,4%. “De maneira geral, todos os ramos apresentaram bons resultados”, afirma Mira ao mencionar queda na sinistralidade e melhorias em benefícios.

O estudo também inclui dados do 1° semestre de 2011, que demonstram crescimento nominal de 18% em comparação a igual período de 2010, com 50,414 bilhões de euros em volume de prêmios.

Cenário brasileiro

No Brasil, os seguros de pessoas tiveram participação relevante em 2010. Bento Zanzini, diretor geral do Grupo BB Mapfre, lembra que o ramo representou cerca de 54% do total de prêmios de seguros do País. “Se acrescentarmos o seguro de acidentes pessoais, temos 58% do mercado brasileiro”.

O setor também foi impulsionado pelos seguros prestamistas, que na última década tem crescido cerca de 36% ao ano, por conta da ascensão das classes sociais e maior demanda por bens de consumo.

De acordo com Zanzini, também se destacaram seguros de incêndio, transportes e saúde, que obteve crescimento na ordem de 12,7%. “A capitalização é um item que também cresceu pelo dinamismo do setor, que encontrou formas originais de usar esse produto no mercado de incentivos, e também pelo lançamento de alguns produtos, como o garantia de aluguel, que fazem com que esse mercado se renove e passe a apresentar taxas de crescimento expressivas”.

A mudança de perfil do consumidor, com um maior contingente do público da classe C, somado à atenção maior desse consumidor à longevidade, colaboram para o crescimento da busca por planos de previdência privada.

O executivo explica ainda que, conforme indicações da Susep, o resultado do mercado de seguros brasileiro em 2011 poderá ser expansão superior a 17%. Já para 2012, as projeções de crescimento são de cerca de 12%.

El Seguro de Vida

A apresentação do Informe marcou também o lançamento do livro El Seguro de Vida en América Latina, de autoria de Camilo Pieschacón Velasco, especialista em seguros com atuação na Colômbia e Espanha. Além dos conceitos técnicos e históricos, e desempenho econômico e social do ramo na região nos últimos anos, o livro aborda como o seguro de vida atende às necessidades de cada ciclo da vida do consumidor.

Fonte: Clipp-Seg | Revista Cobertura (Edição 125)