Captação dos planos pode ultrapassar R$ 33 bilhões

O aumento da taxa básica de juros de 0,5% ocorrida na terceira semana do mês de abril não será obstáculo para a captação de recursos destinados à previdência privada. Economia vigorosa e diversificação nos valores dos planos - abrangendo todas as camadas sociais - e ingresso de poupadores jovens são fatores que impulsionarão o desempenho do setor, apontando para perspectivas muito positivas. O resultado obtido no primeiro bimestre deste ano, uma alta de 28,5% sobre os dois primeiros meses de 2007, foi o melhor na história do período, segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Os números comprovam que a demanda, que vem aquecida há quase dois anos, deverá manter-se. Para se ter uma idéia, o total movimentado saltou de R$ 3,8 bilhões para R$ 4,9 bilhões. A migração dos planos de renda fixa para variável também permitirá ao poupador de longo prazo uma rentabilidade financeira mais vantajosa.“O crescimento do ano deverá ser de, no mínimo, 20% sobre 2007 totalizando cerca de R$ 33 bilhões", garante Renato Russo, vice-presidente da federação. Dados da pesquisa realizada pela entidade - que congrega 89 companhias que comercializam planos de previdência privada e apólices de vida no país - respaldam o otimismo de Russo. No primeiro bimestre de 2008 a captação do Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) cresceu 36,63%, passando de R$ 2,529 bilhões para R$ 3,452 bilhões. Segundo o levantamento, cerca de 15 milhões de consumidores podem vir a contratar esse tipo de plano.Mas as boas perspectivas para o incremento desse mercado não param aí. O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) - produto ideal para quem declara imposto de renda, uma vez que permite deduzir até 12% do montante a ser pago à Receita Federal - captou R$ 877,4 milhões, o que representa uma variação positiva de 19,6% em relação ao primeiro bimestre de 2007, quando atingiu R$ 733,6 milhões. Essa modalidade também tem muito a crescer. A Fenaprevi informa que no Brasil, cinco milhões de consumidores declaram imposto de renda pelo formulário completo e não têm PGBL. Ou seja, existe um grande filão a ser explorado.Agregado a esses fatores alavancadores ainda existe a captação de recursos direcionados aos planos de previdência destinados a financiar o estudo de crianças e adolescentes e que estão virando moda no Brasil. Os números computados pela federação apontam um incremento de 65,3% no período em análise somando um montante de R$ 283,6 milhões ante R$ 171,5 milhões anteriores. Russo observa que esse tipo de recurso representa pouco menos de 10% desse mercado, porém cresce acima da média. Apenas em 2007 houve um aumento de 50% nessa área em relação ao ano anterior. (Clipp-Seg Online/Valor Econômico)