Microsseguro é a estrela do momento

O forte crescimento das vendas de seguros de vida nos últimos anos e, mais especificamente, dos produtos com tíquete de valor baixo, de até R$ 10 por mês, tem inspirado seguradoras, instituições financeiras e governo a apressar a constituição de um marco regulatório para a criação do chamado "micro seguro". Entusiasmadas com os bons números do setor, as empresas imaginam que essa nova modalidade poderá atrair dezenas de milhões de brasileiros ao. mercado de securitização. Voltado para as classes sociais C, D e E, com prêmios mensais que poderão oscilar entre R$ 0,50 e R$ 1, o microsseguro de vida tende a oferecer, por exemplo, coberturas como auxílio-funeral e até mesmo algumas ações de suporte financeiro à família no caso da morte do segurado, como fornecimento de cestas básicas ou pagamento de despesas correntes como eletricidade e gãs, durante um determinado período. "O grande fator positivo do microsseguro é o de levar para a população de baixa renda e aos excluídos do sistema securitário a consciência de que eles são também público alvo das seguradoras", avalia o presidente da Real Tókio Marine Vida e Previdência, Edson Franco. "O microseguro terá o papel pedagógico de, ao atrair um novo público, gradativamente mostrar a esse consumidor como é importante possuir um seguro. Com o passar do tempo, e ao ascender oficialmente, esse consumidor vai procurar produtos mais sofisticados", acrescenta o vice-presidente de previdência e vida da Sul América, Renato Russo.Espera-se que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) apresente o conjunto de leis a regulamentar a criação do novo produto ainda neste ano - os mais otimistas do setor já falam que sairá no primeiro semestre. Para que esse prazo ambicioso seja cumprido, grupos de trabalho criados no próprio órgão regulador e na Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) devem apresentar, em breve, as primeiras propostas. (Clipp-Seg Online/Valor Econômico)