Seis meses após a abertura do mercado de resseguros, o setor tem hoje 23 empresas resseguradoras e 26 corretoras de resseguros autorizadas a atuar no Brasil. Até agosto, a previsão da Superintendência de Seguros Privados (Susep) era de que o país chegasse a ter 80 empresas em operação na área de resseguros no final de 2008. Mas mesmo que não se atinja essa meta, a avaliação desses primeiros 180 dias de abertura é positiva para muitos profissionais que acompanham o setor, no qual todos – players brasileiros e estrangeiros - estão se moldando à nova realidade desse mercado. De acordo com o advogado Sérgio Barroso de Mello, um dos maiores especialistas em resseguros no Brasil, a atual situação internacional não deve trazer conseqüências graves ao desenvolvimento desse mercado. “O impacto da crise econômica no setor de resseguro não deverá trazer grandes e significativas alterações nas projeções atuais. O setor de seguros tem uma incrível capacidade de se adaptar e contribui bastante para a estabilidade econômica e social do país, justo por conta dos volumosos recursos de poupança gerados com a contribuição de milhões de segurados e ressegurados”. Sérgio Barroso de Mello, que no próximo dia 30 realiza palestra em São Paulo, no “Seminário Internacional de Resseguro - A Arte de Elaborar o Contrato”, promovido pela Escola Nacional de Seguros, avalia que nesses primeiros seis meses do novo mercado ressegurador, o ambiente dos negócios proporcionado pela abertura jurídica do setor tem produzido operações de resseguro em escala cada vez mais significativa. “Temos notado no trato diário com os clientes que os modelos contratuais estão se adaptando ao mercado brasileiro com velocidade surpreendente, até mesmo pelas características especiais do seu marco regulatório e da própria cultura local do setor de seguros. Presenciamos discussões das mais diversas no campo contratual, pela necessidade de adaptação do setor às novas normas. E todos confiam e acreditam em seu potencial e em sua realidade”. De acordo com a Susep, até o início de outubro havia 23 empresas resseguradoras em atividade no Brasil: três locais (constituídas no país e controladas ou não por companhias internacionais); dez admitidas (estrangeiras com escritório de representação no Brasil) e dez eventuais (empresas constituídas no exterior, apenas com conta em moeda estrangeira vinculada à superintendência). O número de corretoras de resseguros vem aumentando: até agosto, eram 26 autorizadas a atuar no país. Atualmente, o mercado global de resseguro movimenta mais de US$ 150 bilhões. No caso do Brasil, a projeção é de que o faturamento do setor de seguros e resseguros atinja R$ 140 milhões entre 2015 e 2018. (Clipp-Seg Online/Funenseg)