Mercado mantém perspectivas positivas para 2009

O consenso entre lideranças e autoridades do mercado de seguros é de que o setor fechará o ano com uma expansão de dois dígitos, mantendo também a trajetória de crescimento em 2009, ainda que em um ritmo menor, tendo em vista os efeitos negativos decorrentes da crise financeira internacional. Este foi o principal recado deixado pelos principais executivos de mercado que participaram, nesta quarta-feira (dia 17), de almoço de fim de ano promovido pela CNSeg, FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap, no Centro do Rio, com a presença de 150 convidados. A começar do próprio presidente da CNSeg, João Elisio Ferraz de Campos, para quem a crise financeira internacional não afetou os negócios do mercado até agora. Pelos seus cálculos, o mercado encerrará o ano com uma expansão de pelo menos 15% e deverá permanecer no terreno positivo também em 2009, mesmo que haja desaceleração na taxa de crescimento, tendo em vista os efeitos da crise mundial sobre a economia brasileira. “A pessoa pode até não comprar um carro do ano, ainda que as distribuidoras de automóvel projetem um aumento nas vendas de 7% de 2009, mas renovará o seguro do carro que dispõe na garagem. Da mesma forma, não dá para pensar que as pessoas tenham plano de desistir de seu seguro de saúde”, exemplificou ele. Na sua avaliação, ao contrário dos problemas ocorridos com seguradoras de países desenvolvidos, o mercado de seguros brasileiro continua sólido, porque o perfil “de nossas aplicações financeiras é conservador. Ou seja, o mercado aplica a maioria de seus recursos em títulos do Tesouro Nacional e muito pouco em ativos como ações e imóveis”. Além disso, acrescentou, “ não temos aplicações no exterior”. Para João Elisio, apesar de um quadro econômico menos favorável em 2009, o setor de seguros estará entre os mais cotados para atrair investidores externos, visto que os indicadores do País positivos, como mercado consumidor doméstico e tamanho de sua população, justificam novas apostas. “Não é um momento risonho da economia mundial, mas não é o fim do mundo para nós”, garantiu ele. O titular da Susep, Armando Vergílio, concorda, ao prever um crescimento de pelo menos 17% este ano e algo entre 12% e 15% em 2009. Também dirigentes das quatro federações (FenaPrevi, FenaCap, FenSeg e FenaSaúde) manifestaram-se otimistas em relação ao desempenho dos respectivos setores. A avaliação global é de que os mercados vão reagir bem ao cenário de contração, obtendo taxas de crescimento bem acima do PIB. No seu discurso, o presidente da FenaPrevi, Antonio Cássio dos Santos, disse que a crise financeira internacional não pode deixar à sombra importantes conquistas do mercado de previdência ocorridas este ano, como a decisão da Susep de tirar da gaveta e regulamentar projetos como o PrevSaúde, PrevEducação e o microsseguro, ampliando a gama de produtos disponíveis ao consumidor nos próximos meses. Em linha com seu antecessor, o presidente da Fenseg, Jayme Brasil Garfinkel, destacou a perspectiva de avanço de algumas modalidades, como o seguro rural e o popular de automóvel, a partir de novas regulamentações. O presidente da FenaSaúde, Luiz Carlos Trabuco Cappi, classificou 2008 como um ano de conquistas e de muito trabalho para o setor de medicina suplementar. O diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, endossou as palavras de Luiz Trabuco, ao lembrar que 2008 encerra-se como um ano bastante profícuo para o setor, que fecha com resultados substancialmente melhores. Representando o presidente da FenaCap, Ricardo Flores, Norton Glabes Labes destacou o bom desempenho do mercado de capitalização, cuja arrecadação cresceu 13% até outubro e assinalou a importância da Circular 365 da Susep, que trata das quatro modalidades de planos. (Fenaseg OnLine)