Hotéis saem em defesa de bancos e seguradoras
As maiores cadeias de hotéis do mundo deflagraram um esforço político coordenado para tentar baixar o tom das críticas aos bancos e companhias seguradoras, que têm sido censuradas por gastar dinheiro em grandes reuniões ou conferências. Altos executivos dos grupos hoteleiros Marriott, Starwood, Hyatt, Hilton e InterContinental escreveram a membros do Congresso americano advertindo-os de que muitas companhias - inclusive empresas que não receberam ajuda governamental - "estão cancelando reuniões empresariais porque temem ser criticadas".
A partir do início da crise financeira, políticos americanos logo criticaram grupos empresariais como a AIG, que continuaram a realizar reuniões e conferências mesmo após terem recebido ajuda dos contribuintes do fisco.
Mas, na carta ao Congresso, as companhias no setor de lazer e hospitalidade - entre as quais a Walt Disney, Carlson Hotels Worldwide e a Wyndham Worldwide - defendem um abrandamento da retórica política para evitar prejuízo duradouro ao setor de hotelaria e viagens.
Os cancelamentos de encontros e eventos produzem "graves consequências econômicas", dizem as empresas no setor. Elas advertem que, se persistirem os cancelamentos no mercado de hotelaria e lazer, os EUA serão duramente afetados: quase 200 mil empregos em aéreas relacionadas ao setor de viagens foram perdidos em 2008, e as companhias dizem que quase 250 mil deverão ser extintos neste ano.
As operadoras exortam os políticos a defender a adoção de "diretrizes prudentes" para as companhias, de modo que possam continuar promovendo reuniões "em vez de legislar determinações que possam, involuntariamente, prejudicar a recuperação econômica".
As companhias hoteleiras também estão publicando uma série de anúncios na imprensa exortando as companhias em geral a continuar fazendo reservas para reuniões. "Um vigoroso setor de viagens é um poderoso estímulo econômico", alegam as companhias na carta, que é assinada por Bill Marriott, executivo-chefe da Marriott, Jay Rasulo, chairman da Walt Disney Parks and Resorts, e Christopher Nassetta, executivo-chefe da Hilton Hotels Corporation.
Os cassinos de Las Vegas também foram alvo de críticas políticas, que, segundo eles, provocaram o cancelamento de reservas. Barack Obama advertiu neste mês que as companhias beneficiadas por dinheiro de socorro do governo não poderão ir a Las Vegas "bancadas por dinheiro dos contribuintes". A advertência alarmou as operadoras de hotéis e de cassinos na cidade, que foi atingida por um forte declínio no número de visitantes. "É um forte anti-estímulo, é pró-recessivo, pró-desemprego", disse Sheldon Adelson, executivo-chefe do Las Vegas Sands, em declarações à Bloomberg.
Fonte: Valor Econômico