Funenseg-SP reúne 70 profissionais de seguros para palestra sobre crise e oportunidades
O palestrante, Julio Pauzeiro, professor e consultor de seguros, diz que “regras rígidas preservaram mercado brasileiro”
“Dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo”. Com essa frase Arquimedes demonstrou seu entusiasmo pela descoberta do princípio da alavanca. E foi justamente esta alavancagem em ativos ditos “podres” que uma significativa parcela de instituições financeiras – algumas delas centenárias – afundaram na crise financeira, apostando em hipotecas de alto risco, as chamadas Sub Primes levando junto com elas a economia mundial.
A análise foi feita pelo professor e consultor de seguros, Julio Cezar Pauzeiro, em sua palestra realizada, em São Paulo, com o patrocínio da Funenseg. “O curioso”, lembrou o especialista, “é que até bem pouco tempo atrás o Brasil, um país de dimensões continentais, chamava atenção não apenas por seu tamanho, mas também, pela imensa dívida externa e outras mazelas internas. Hoje, após alguns anos de austero comportamento de política monetária do Banco Central do Brasil e do predominante juízo que tem imperado com a preocupação nas contas públicas externas e alguns (poucos) avanços no social, o país finalmente desponta para uma nova realidade. Uma realidade inimaginável e que hoje nos coloca no centro das atenções”, analisou o consultor.
Na sua opinião, a área econômica brasileira avançou muito e, atualmente, o País dispõe de um volume considerável de reservas internas. “Somos mais respeitados mundialmente”, afirmou. Ainda segundo ele, o mercado de seguros brasileiro foi criticado no passado por causa de suas regras muito rígidas. Entretanto, está mais do que provado que nossas seguradoras e suas reservas são sólidas e reguladas por um conjunto de normativos, que nos permitiria exportar tecnologias de controle e solvência”, explicou, acrescentando: “O nosso mercado ficou longe e assim deve permanecer dos derivativos e alavancas financeiras de todo o tipo. Preservar o patrimônio e as riquezas alheias, neste caso, não é apenas uma expressão, é uma necessidade premente e inerente ao próprio negócio”, destacou.
Para finalizar, ele alertou que “apesar do mercado de seguros brasileiro ter passado relativamente bem pelo epicentro da crise, ainda teremos algumas “marolas” para administrar, entre elas, a redução de suas margens financeiras, por conta da redução da taxa SELIC, a redução de seus prêmios, por causa do aumento da concorrência, e também a diminuição de seu faturamento, em função da redução da produtividade da indústria. Ainda existe um grande trabalho a ser feito em melhoria de processos e busca por novas tecnologias, entre outros assuntos, podemos afirmar que trabalho é o que não falta”.
Público aprova - Para Alejandro H. Pérez, superintendente comercial e de marketing da SAMCIL Planos de Saúde, “a palestra foi importante porque explicou a crise e mostrou boas oportunidades para o setor, além de ter sido um ótimo espaço para se debater o tema”. Armando Alcoforado, da Mondial Assistance, destacou que “a palestra possibilitou ao público presente uma boa reflexão sobre os riscos ainda existentes e sobre as possibilidades que se apresentam”.
Ao final da palestra foram sorteados exemplares do livro do palestrante: “SEGURO: Conceitos, Definições e Princípios”, à venda na Funenseg. Mais informações sobre a palestra "A crise mundial: Tendências e oportunidades no mercado de seguros brasileiro" podem ser obtidas através do e-mail: jcp@brisks.com.br ou professorjcp@globo.com.
Fonte: Revista Cobertura