Seguradoras protestam contra imposto global

A Geneva Association, um grupo de lobby global que atua em defesa das maiores seguradoras, descreve a aplicação da proposta de tributação do Fundo Monetário Internacional (FMI) às seguradoras como "inapropriada e arbitrária", e diz que ela poderá elevar os custos de seguro e reduzir a quantidade de seguro disponível.O G-20 exigiu na sexta-feira realizar mais trabalhos sobre a proposta do FMI de taxar os balanços patrimoniais e lucros das companhias de serviços financeiros, cujo propósito será prover recursos a futuros socorros a bancos. As propostas já enfrentaram protestos dos próprios bancos, bem como de países como Canadá e Austrália, cujas instituições financeiras não sofreram muito com a crise internacional. Houve também queixas dos setores de "private equity" e de fundos de hedge, que também temem ser fisgados pelo imposto.A Geneva Association escreveu aos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais que o setor de seguros não causou a crise, mas que foi "uma vítima das consequências". "À exceção de um pequeno número de exemplos amplamente divulgados, o setor de seguros atravessou a tormenta financeira com uma saúde relativamente boa", diz a carta. Muitos órgãos reguladores concordam que as seguradoras são diferentes dos bancos em uma área fundamental. Elas não enfrentam o mesmo risco de uma corrida por ativos, pois os formuladores de políticas não podem aparecer e pedir o seu dinheiro de volta, como os depositantes de bancos. Alguns órgãos reguladores, porém, acreditam que, apesar de a maioria das seguradoras ter se saído bem da crise recente, elas possam representar riscos sistêmicos no futuro.A supervisão mais intensiva desde a crise por parte do Financial Services Authority do Reino Unido aplica-se tanto às seguradoras como aos bancos. Na Europa continental, as normas de capital do setor também estão sendo reformuladas e o regime de gestão de risco, reforçado. A Geneva Association, cujos membros incluem as maiores seguradoras nos EUA, Reino Unido, Europa continental e Ásia, incluindo a China, publicou um estudo em março que apurou os riscos sistêmicos representados pelo setor de seguros, que sustentou que as atividades básicas de seguro não representavam nenhum risco desta natureza.Ela também apresentou propostas para lidar com "o limitado número de atividades" que poderiam representar tal risco. "Nossas propostas [em março] evitam a necessidade de repasse de custos adicionais aos clientes, uma redução na capacidade de proteção e um desvio do enfoque de supervisão que poderia ocorrer com a aplicação de propostas inapropriadas e arbitrárias como as apresentadas pelo FMI", disse a carta endereçada ao G-20. Fonte: Funenseg Em Pauta | Valor Econômico - Finanças