Produtos atrelados ao consumo estão em alta

O desempenho dos seguros ligados ao consumo indica que os esforços do governo para conter a ida dos brasileiros às compras, por meio de medidas restritivas para conter o crescimento da economia, ainda não surtiram os efeitos desejados, pelo menos nos dois meses iniciais do ano.

Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), relativos ao primeiro bimestre, apontam, por exemplo, expansão de nada menos que 72,9%, com captação de prêmios de R$ 393,5 milhões, no seguro de garantia estendida patrimonial. O produto, que amplia a garantia original de fábrica, é comercializado nas lojas das grandes redes de varejo e funciona como um termômetro, sinalizando o comportamento do comércio, principalmente de aparelhos domésticos e eletroeletrônicos.

Outro indicador de que as vendas e o crédito estão em alta é o seguro prestamista, que movimentou prêmios de R$ 661,8 milhões em janeiro e fevereiro e cresceu vigorosos 34,1%, sobre igual período de 2010. O produto é adquirido pelo consumidor para garantir compras financiadas, que além de quitar o saldo devedor em caso de morte ou invalidez, paga parcelas do empréstimo em caso de desemprego ou perda de renda do tomador.

Os números da Susep mostram que a receita das carteiras de garantia estendida e prestamista ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão, em dois meses, 6,6% do total do mercado. Em 2010, a parcela fora de 5,5% em igual período.

O seguro tem se beneficiado ainda de outros setores econômicos, ao que tudo indica, ainda aquecidos. O seguro turístico é exemplo. Para o produto, os dados da Susep apontam receita R$ 8,9 milhões, crescimento de nada menos que 39,4% no primeiro bimestre do ano, na comparação com igual período do exercício anterior.

Nos pacotes de coberturas residenciais, o avanço foi de 14,8% com receita de R$ 208,3 milhões, enquanto no seguro habitacional o incremento foi de 16,3%, para R$ 192,6 milhões. Os dois produtos ligados à moradia giraram R$ 400,9 milhões no primeiro bimestre do ano.
2010. Levantamento do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (SincorSP) aponta expansão da atividade de seguros de 14,1% em 2010, com receita de R$ 70,3 bilhões.

Presidente do sindicato, Mario Sérgio de Almeida Santos atribui o crescimento a um conjunto de fatores, como a estabilidade monetária, o controle da inflação e o maior acesso ao crédito. São fatores, na opinião dele, que vêm permitindo a compra de mais bens duráveis pela população e, consequentemente, o setor de seguros acaba sendo beneficiado.

"Como resultado desse bom cenário econômico e da maior aquisição de bens, as pessoas passam a se preocupar mais em proteger seu patrimônio e assegurar o futuro de sua família", avalia, sem deixar de aliar ao setor os atributos competência, eficiência e profissionalismo.

Pelo estudo, a Bradesco Seguros permaneceu na liderança do mercado, com fatia de 19,4%.
Em 2º lugar, com 12,8%, veio o Banco do Brasil-Mapfre, posição antes ocupada pela SulAmérica, com 12,6%, agora em 3º lugar. A Porto Seguro veio em seguida, com participação de 11,5%.

O levantamento do Sincor paulista inclui o ramo saúde, no qual duas seguradoras concentram 80,7% do segmento de Saúde: a Bradesco com 43,3% e a SulAmérica com 37,4%. A receita total do setor atingiu R$ 14 bilhões em 2010, alta de 15% sobre 2009.

O grupamento de seguros automotivos foi o que teve maior faturamento no ano passado: R$ 25,8 bilhões, 13,4% a mais do que no ano anterior. A liderança desse segmento ficou com a Porto Seguro com 27,1% da receita.

No ramo de pessoas (sem VGBL), o faturamento em 2010 foi de R$ 15,7 bilhões (variação positiva de 14,6% em relação a 2009). A liderança praticamente se divide entre os grupos Banco do Brasil-Mapfre e Bradesco, com participações de 18,2% e 17,3%, respectivamente, segundo o Sincor-SP.

Fonte: Jornal do Commercio (RJ) | Seguro em Pauta - Funenseg