Dois indicadores refletem fragilidade da economia

Mais dois indicadores divulgados nesta quarta-feira dão o tom de crescente dificuldade da economia brasileira. O dado de inadimplência das empresas, divulgado pela Serasa Experian, indica que o indicador alcançou seu maior nível para os meses de julho, mês em que houve uma alta de 12,9% na comparação com junho – maior avanço para um mês desde o início da pesquisa em 2000.

Na comparação com julho do ano passado, a alta é de 11,4% e, no acumulado do ano, atinge 6,9%. Segundo a Serasa, os títulos protestados e os cheques sem fundos foram os principais responsáveis pela alta do indicador no mês passado, com variações positivas de 39,5% e 23,1%, respectivamente. As dívidas não bancárias (de cartões de crédito e com financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviço) também apresentaram crescimento de 2,7%, com contribuição de 1,1 ponto percentual. Já as dívidas com os bancos tiveram queda de 1,8% e contribuíram para que o índice não subisse ainda mais em julho de 2014.

Economistas da Serasa Experian apontaram a Copa do Mundo (em razão de feriados e paralisações durante alguns jogos) como responsável pelo avanço da inadimplência .“Por outro lado, a estagnação da economia, prejudicando a geração de caixa das empresas, a elevação do custo financeiro, tendo em vista os juros mais altos neste ano em relação aos vigentes no ano passado, e o avanço dos salários acima do crescimento da produtividade criam maiores dificuldades às empresas para honrar seus compromissos financeiros”, informa a instituição.

Outro indicador divulgado nesta quarta- o Índice de Confiança da Indústria (ICI), do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 1,2% entre julho e agosto, marcando 83,4 pontos.

O resultado foi o oitavo recuo seguido e o mais baixo nível de avaliação desde abril de 2009 (82,2 pontos). Pelo menos, a intensidade da queda diminuiu ante as três últimas pesquisas - com -3,2%, -3,9% e -5,1%. Segundo o estudo, a Sondagem da Indústria de Transformação indica pessimismo maior em relação ao momento presente. Já o Índice da Situação Atual (ISA) foi negativo em 3,6%, com 82,7 pontos, o menor nível desde março de 2009 (78,5). O Índice de Expectativas (IE) aumentou 1,4%, ao alcançar 84,1 pontos.

Fonte: CNseg