Novas regras previdenciárias, aumento da longevidade e falta de planejamento, colocam em xeque a aposentadoria

Nesta sábado, dia 24, é comemorado o dia do aposentado. A data chama atenção para questões que passam a comprometer cada vez mais a renda na aposentadoria. As medidas que vem sendo tomadas pelo governo para ajustar o déficit previdenciário mudando regras em planos de benefícios, é mais uma marca de que a população precisa ter um plano B para a aposentadoria. Outros dois fatores colocam o tema no centro da atenção das famílias: o aumento da longevidade e a falta de planejamento da população.

A Tábua de Mortalidade, calculada pelo IBGE e serve de parâmetro para o INSS e empresas de seguros e previdência, mostra que a expectativa de vida ao nascer passou de 74,6 anos em 2012 para 74,9 anos em 2013. Os homens têm expectativa de vida menor: ela passou de 71 para 71,3 anos. Para as mulheres, o indicador subiu de 78,3 para 78,6. A diminuição da mortalidade entre idosos se deu pelo predomínio de mulheres na população idosa e do crescimento dos idosos mais velhos na composição da população brasileira, segundo o instituto, mostrando que a tendência é que as mulheres vivam mais tempo.

Ao passo que esses fatores chamam a atenção para a necessidade de um melhor planejamento financeiro, pesquisa revela que homens e mulheres não estão muito bem preparados. Pesquisa divulgada pela segurado Aegon, parceira internacional da Mongeral Aegon no Brasil, realizada em 14 países, incluindo Brasil, com mais de 7 mil mulheres mostrou que 40% delas nem sequer sabem se estão no caminho certo para atingir a renda que vão precisar quando aposentadas. Outras 20% acreditam que já fazem o suficiente. Outro resultado mostra que, mesmo com maior independência financeira e inserção no mercado de trabalho, mais da metade das entrevistadas (54%) acredita que serão dependentes da renda do cônjuge.  Em contraste, apenas 12%, dizem que não esperam que seus esposos sejam a grande fonte de renda na aposentadoria.  .

Um estudo anterior que também pesquisou os hábitos dos homens mostra que Homens e mulheres compartilham de forma equilibrada os mesmos anseios. Viagem é a primeira opção de ambos quando o tema é desfrutar do tempo livre, com 64% do total de respostas das mulheres e 59% dos homens. Em seguida, passar mais tempo com amigos e família, opção escolhida por 62% mulheres e 56% dos homens. Como última opção está continuar a trabalhar em um período ou investir em outra atividade, com 16% deles e 14% delas, respectivamente.

Quanto à questão financeira, no Índice de Preparo para Aposentadoria da Aegon, as mulheres alcançaram nota inferior: 5.5 na média global em uma escala de 0 a 10.  Já os homens alcançaram 6.0, sendo considerada uma nota mediana, com um índice ótimo de 8.0, com base nos requisitos que compõe o índice, considerado pelo estudo. Na comparação dos dois recortes, tanto no estudo geral, quanto no mais recente, feito com mais de 7 mil mulheres, é possível afirmar que ambos não alcançaram a nota ideal e as mulheres estão menos preparadas que os homens. Quando a confiança em conseguir ter fundos suficientes para cobrir o tempo de aposentadoria, elas estão mais pessimistas, com 38% contra 30% deles.

Para Andrea Levy, especialista em Longevidade da Mongeral Aegon Seguros e Previdência é urgente desenvolver soluções que permitam garantir rendas para esse novo perfil de aposentados. “Se nos anos 80 a esperança de vida ao nascer era de 62 anos, hoje, essa estimativa já chega há 74 anos, e tende a aumentar nas próximas décadas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Estamos falando de homens e mulheres que, ao pararem de gerar renda, acabam se deparando com a realidade de que os recursos das aposentadorias social – e eventualmente privada – nos moldes atuais não serão suficientes para manter o padrão de vida. São os ‘novos velhos’, que terão condições de viver mais tempo e com mais qualidade de vida”, explica.

Fonte: In Press Porter Novelli