Revisar o veículo é economia na certa

Renato Gava
Especial

Atrasar a manutenção do veículo, recomendada a cada 10 mil quilômetros, é um jeito de economizar, certo? Quem concorda com isso, na prática, está rasgando dinheiro. Deixar de gastar algumas centenas de reais pode, em pouco tempo, virar uma despesa muito maior. Sem contar na insegurança e na chance de ficar na mão na hora ou local mais errado possível.

- Às vezes, uma simples coifa (da suspensão) rasgada, que o condutor não tem como ver, gera um problema. A graxa vai saindo por ela, a homocinética estraga e o conserto, que sairia R$ 60, não vai custar menos que R$ 400 mesmo em um carro popular – exemplifica Alexandre Hoerlle, piloto de endurance e mecânico com 30 anos de experiência na Capital.

Ele lembra que a troca de óleo não é apenas questão de quilometragem:

- Tem de ser feita, no máximo, a cada seis meses, pois o combustível contamina o óleo, que engrossa e danifica a bomba de óleo  e outras peças.

O preço da revisão varia de acordo com o veículo. Para os populares 1.0, até os 30 mil quilômetros o valor não passa de R$ 400, salvo exceções. Depois disso, é necessário substituir peças, como velas e ignições, correia dentada e outros itens. Nos carros de luxo, o preço, mesmo para serviços simples, pode superar R$ 2 mil já na primeira revisão.

Motos: maior constância

Nas motos, a necessidade de manutenção é mais constante. Mas boa parte dos serviços pode ser feita pelo condutor. A principal é a lubrificação da corrente, a cada 200 km.

- O ideal é pegar o hábito de, a cada enchida de tanque, espiar o nível do óleo, a calibragem dos pneus e o estado dos cabos no manete – ensina o mecânico Luiz Pasetto, envolvido na preparação e concerto de motocicletas desde 1978.

Como ficam expostos ao tempo, os cabos de frenagem, aceleração e embreagem precisam ser engraxados. Do contrário, enferrujam.

- Numa revisão, mesmo com troca de óleo, o dono não gasta R$ 80. É pouco, perto da dor de cabeça que pode ter – lembra o mecânico.

Principais serviços a serem avaliados

Alinhamento:

É a análise da direção dos pneus. Se estiverem tortos, o veículo perde estabilidade. Não esqueça também de confirmar se toda parte de rodagem está tocando o solo (cambagem). Se apenas parte do pneu estiver no chão, essa parte ficará sobrecarregada e diminuirá a vida útil do pneu.

Filtros e óleos:

O lubrificante do motor é o principal, mas direção hidráulica e líquido de freio merecem ser checados. Troque os filtros e fique atento ao de combustível e de ar.

Pastilha de freio:

Não trocá-la é o pior tipo de economia que alguém pode fazer. Quando ela desgasta, a plaqueta que a segura começa a tocar no disco – é o chamado ferro com ferro. Se isso ocorrer o disco também terá de ser trocado ou retificado – o valor aumenta pelo menos R$ 300 nos carros novos.

Balanceamento:

Se as rodas não apresentarem mesmo peso, o veículo perde estabilidade e fica desconfortável para dirigir. O principal sintoma é quando, acima de 80 km/h o volante começa a trepidar mesmo em pista boa.

Rodízio de pneus:

Nos Estados Unidos, recomenda-se que, com 30 mil quilômetros, pneus dianteiros e traseiros sejam trocados (rodízio). Mas, lá, o asfalto quase não apresenta irregularidades. No Brasil, concessionárias conferem o estado da borracha e, já com 10 mil quilômetros, muitas vezes o serviço é realizado.  Atenção: não importa se o veículo tem tração dianteira ou traseira, o ideal é sempre os pneus em melhor estado ficaram na parte de trás.

Sistema de iluminação:

Não bastam checar se as lâmpadas funcionam. Verifique o estado dos chicotes. Eles não podem estar expostos a vazamento de água ou com fios descascados. Do contrário, uma pane pode ocorrer.

Fonte: Jornal de Santa Catarina