Carros roubados no Brasil são vendidos na Bolívia

Forças Armadas realizaram operação nas fronteiras com Paraguai, Argentina e Bolívia, mas não podem fazer nada quando o carro já está em outro país.

Na Bolívia, carros roubados aqui no Brasil circulam livremente. Há uma semana, as Forças Armadas Brasileiras fizeram uma operação em Mato Grosso. Mas não podem fazer nada quando o carro já está do outro lado da fronteira, em outro país.

As Forças Armadas e a polícia fazem barreiras em vários pontos próximos da fronteira. Revistam tudo nos carros. Usam cães farejadores, passam com espelhos embaixo dos veículos. Em Mato Grosso, a Receita Federal instalou também um equipamento de raio X.

A operação está sendo feita em quase 3 mil quilômetros de fronteira com Paraguai, Argentina e Bolívia, nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

“Tráfico de drogas, tráfico de armas, o descaminho e a evasão de veículos que são furtados, todos estes problemas a gente tenta coibir neste momento”, diz Rodrigo Pereira Pinto, comandante do Exército em Mato Grosso.

Na fronteira entre Brasil e Bolívia, uma das grandes preocupações é a utilização de estradas secundárias para passar com carros roubados em território brasileiro para o país vizinho. Lá, esses carros são facilmente negociados e circulam livremente.

O Bom Dia Brasil foi até a cidade boliviana de Saint Matthias, a primeira depois da fronteira, onde é comum encontrar veículos rodando sem placas por toda a cidade. O produtor do Bom Dia Brasil se mostrou interessado em comprar um carro mais barato. Um carro preto, sem placas, foi oferecido a ele. Pelo documento, o Denatran foi consultado e a confirmação: o carro foi roubado no Brasil.

Apesar de saber do problema, as autoridades brasileiras dizem que não há muito o que fazer depois que os veículos já cruzaram a fronteira. “Em absoluto, nós não podemos passar um centímetro da fronteira dos países amigos. Não é este o objetivo. É uma operação interna”, diz o general José Carlos de Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas.

Fonte: CQCS