A cobertura do futuro

Um novo tipo de seguro vem crescendo nos últimos tempos, principalmente depois da multiplicação de ameaças de hackers globais e a maior rigidez da legislação sobre proteção de dados em mercados como o europeu. E aí, já adivinhou do que estamos falando? Estamos falando do ciberseguro, um tipo de cobertura que protege empresas em casos de invasões cibernéticas e vazamentos de informações. O setor está em alta e a expectativa é que, em dois anos, o volume de prêmios pagos salte de apenas R$ 2 milhões para R$ 100 milhões. Surpreendente, não é mesmo?

Mas você sabe exatamente qual é a cobertura do ciberseguro? Ele protege desde a responsabilidade civil por danos causados a clientes até a equipe de negociação com os chamados “sequestradores” virtuais de dados, bem como o eventual resgate, que é pago em bitcoins. Essa força-tarefa tecnológica é posta em operação entre 24 e 48 horas após o ataque, segundo as seguradoras.

Para entender o contexto, essa necessidade de um novo tipo de proteção surgiu impulsionada pelo vírus WannaCry, que atingiu mais de cem países em maio desse ano e provocou prejuízo global estimado em US$ 8 bilhões. Este é considerado o principal catalisador da necessidade de seguro entre as empresas brasileiras. Somente no país, a estimativa é que já tenham sido emitidas entre 60 e 100 apólices, a maioria em 2017. A primeira procura veio de multinacionais, que já têm esse tipo de cobertura no exterior e, como prevê a legislação brasileira, precisam de uma apólice local para estarem cobertas no país.

O mais interessante é que cada ciberseguro de empresa é diferente. Tradicionalmente, ele é adquirido por aquelas que se preocupam com a perda de dados de clientes, como bancos e varejistas, por exemplo.

Ciberseguros no mundo

Os ataques cibernéticos são uma das principais preocupações das empresas em todo o mundo. Na Espanha, por exemplo, as seguradoras, através da patronal Unespa, buscam maneiras para enfrentar o risco de ataques cibernéticos. Entre as ações está a criação de um pool de seguradoras e o possível envolvimento do Consórcio de Compensação de Seguros nesta cobertura para repartir os riscos e diluir as possíveis perdas da cobertura dos ataques cibernéticos.

Como o mercado de seguros cibernéticos é recente, há uma limitação da oferta das entidades e das coberturas, uma vez que não há estatísticas ou históricos de sinistralidade que permitam calcular os preços adequados e uma previsão das possíveis indenizações futuras. No entanto, os ciberseguros já são realidade e uma tendência. 

Fonte: Blog Viver Seguro no Trânsito | Equipe DPVAT