Apólices de saúde e prestamista têm maior avanço e são apostas para 2020
Apesar do início da retomada no segmento de automóveis, o menor nível de risco e o reajuste de preços ainda limita o crescimento dessa modalidade e o foco passa a ser em seguros de pessoas.
A redução da sinistralidade e o consequente reajuste nos preços das apólices de automóveis refletiram o resultado da categoria nas seguradoras. Os produtos de saúde e prestamista acabam sendo a aposta das companhias para os próximos meses do ano.
Tais resultados foram visíveis nas quatro maiores seguradoras do País (BB Seguridade, Bradesco Seguros, SulAmérica e Porto Seguro).
De um lado, ainda que o segmento de automóveis tenha começado a demonstrar ligeiro crescimento na frota segurada, os ajustes de preços para baixo frente ao menor nível de risco e sinistralidade e também a situação econômica do País ainda limitam ganhos mais significativos na receita da linha.
Os últimos dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), por exemplo, apontam que os prêmios diretos de seguros automóveis registraram um avanço de apenas 0,7% em maio deste ano contra igual mês de 2018, de R$ 2,086 bilhões para um total de R$ 2,100 bilhões.
De acordo com o diretor geral da Porto Seguro, Marcelo Picanço, o movimento não se dá por competitividade, mas por um ajuste relacionado a chuvas pontuais e diminuição dos níveis de risco.
“Estávamos com preços maiores no ano passado esperando uma frequência maior de sinistros e a mudança no quadro de risco fez com que esses preços reduzissem. Além disso, é importante lembrar que no primeiro trimestre houve chuvas fortes em regiões de maior concentração de seguros”, explicou.
Ainda segundo informações da Susep, a sinistralidade média total do mercado caiu 6,4 pontos percentuais (p.p.) em maio deste ano contra igual mês de 2018, de 50,8% para uma média de 44,4%.
Nas seguradoras, Bradesco Seguros teve alta de 1,6% na modalidade auto em junho contra igual mês de 2018 (de R$ 1,511 bilhão para R$ 1,535 bilhão).
SulAmérica registrou avanço de 3,3% (de R$ 811,3 milhões para R$ 838,3 milhões) e a Porto registrou queda de 4,6%, de R$ 2,432 bilhões para R$ 2,320 bilhões.
Ao mesmo tempo em que o seguro auto ainda caminha a passos lentos, porém, os produtos de saúde e prestamista têm despontado no setor.
O prestamista, por exemplo, teve alta de 19,8% nos prêmios emitidos de maio ante o mesmo mês de 2018, de R$ 1,031 bilhão para R$ 1,236 bilhão.
Já os últimos dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontam que o número de beneficiários nos planos de saúde voltou a crescer, saindo de 47,2 milhões na metade de 2018 para 47,3 milhões em junho último.
Nas seguradoras, Bradesco Seguros registrou alta de 7,7% nos seguros de saúde em junho deste ano contra igual mês de 2018 (de R$ 6,247 bilhões para R$ 6,725 bilhões).
A SulAmérica apontou alta de 11,1% (de R$ 3,803 bilhões para R$ 4,225 bilhões) e a Porto teve avanço de 10% (de R$ 336,4 milhões para R$ 370 milhões) na mesma relação.
Contratos corporativos
Em relação às tendências gerais do mercado segurador, no entanto, o diretor financeiro da LTSeg, Caio Timbó, pondera avanços mais significativos para as apólices corporativas.
“O mercado começa a afunilar para apetites diferenciados e taxas maiores. É uma postura mais hard e projeção de um crescimento mais significativo em 2020”, completa ele.
Fonte: DCI