Webinar dá início à fase de desenvolvimento do Projeto Rodovias que Perdoam

Numa conversa de exatas duas horas, o OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária em parceria com o Ministério da Infraestrutura, deram início aos trabalhos para a elaboração de parâmetros para a construção de rodovias mais seguras no país. Esse trabalho é um desdobramento do 2º Seminário de Mobilidade Humana, Segura e Sustentável “Rodovias que Perdoam”, idealizado e realizado pelo OBSERVATÓRIO em setembro de 2019 e, depois incluído no Plano Setorial de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, do Governo Federal.

Com a coordenação Secretaria Nacional de Transportes Terrestres, o webinar, transmitido ao vivo pelo canal do Minfra no Youtube, teve como anfitrião o secretário da pasta, Marcelo da Costa, que na abertura, enalteceu a união de esforços para a melhoria e também a exigência de mais segurança pelas rodovias do país. “A gente entende a complexidade desse assunto e entende que a elaboração dessa política interfere na vida de todos os brasileiros que usam as rodovias, lembrando que qualquer mudança na logística do país interfere na vida de todos nós. E fizemos questão de trazer a sociedade civil organizada para dividir essa responsabilidade, auxiliando na definição de escopo, critérios e indicadores para as mudanças propostas”, afirma.

Além do secretário nacional, também fez uso da palavra, o secretário executivo do Minfra, Marcelo Sampaio, que afirmou que “esse trabalho não é temporário e sim foi incorporado ao Plano Setorial de Transportes Terrestres e passa a ser pensado junto quando a gente fala de pavimentação de rodovias, de quando a gente fala em revistar a geometria das nossas rodovias, ou seja, tudo buscando a segurança no trânsito”.

Também participaram da abertura, o diretor geral do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Frederico Carneiro, o diretor geral do DNIT, general Santos Filho e o diretor geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Marcelo Vinaud.

Os temas a serem desenvolvidos

Cinco painelistas puderam apresentar quais itens serão estudados, como o trabalho irá funcionar, quem participa e qual a previsão de entrega do estudo. As células de trabalho, que começarão as reuniões ainda em julho, foram divididas em seis áreas: Fiscalização; Manutenção da infraestrutura viária; Auditoria da segurança viária; Materiais e dispositivos da segurança viária; Estudos e projetos da segurança viária e Socorro às vítimas de acidentes.

Para Gustavo Fraga, assessor do OBSERVATÓRIO para a área de Saúde Pública e ex-presidente SBAIT (Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado), “as rodovias precisam estar melhores preparadas para terem esquipes capacitadas e treinadas para o socorro às vítimas e levadas a um hospital que tenha condições de dar o atendimento às vítimas”.

Para Fraga, muitas vezes essas equipes das rodovias, tem até médicos que fazem parte da equipe, mas as vítimas são enviadas a hospitais que não tem estrutura para dar o atendimento definitivo, não tem uma tomografia, não tem cirurgião de trauma habilitado. “É preciso capacitar os hospitais também e então, com isso, reduziremos de maneira significativa o número de óbitos. Outra intenção nesse trabalho é exigir a organização de um resgate rápido, tanto terrestre como aéreo, e organizar um “centro de trauma”, a cada por exemplo, 100 quilômetros para dar o atendimento adequado as vítimas dos sinistros de trânsito”, explica o médico.

90 dias para a entrega do Plano de Ação

A metodologia de trabalho será coordenada pelo Prof. Dr. Tiago Bastos e terá a supervisão dos estudantes do Departamento de Engenharia da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Ele explica que, “as células de trabalho desenvolverão, ao longo de 90 dias, um plano de ação para que se possa atingir o objetivo de cada eixo. Este plano de ação será construído por meio de um painel de especialistas, representando diferentes instituições de maneira integrada ao objetivo tático da segurança viária constante no Plano Setorial de Transportes Terrestres desenvolvido pelo Ministério da Infraestrutura”, explica o professor.

Além disso, o trabalho estará em consonante para atender ao PNATRANS (Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito) e contará com o apoio da equipe do Ministério da Infraestrutura, por meio da Secretária Nacional de Transportes Terrestres, do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), da Câmara Temática de Engenharia de Tráfego e Sinalização de Trânsito (CTET) e da Câmara Temática de Transporte Rodoviário (CTTR), ambas do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).

Para José Aurelio Ramalho, diretor-presidente do Observatório, “tenho certeza que, com o apoio das entidades públicas e privadas, nesse projeto, todos sairão ganhando, principalmente, a sociedade”, finaliza.

Assita ao webinar completo no link abaixo:

Fonte: Maio Amarelo.