Prevenção e Segurança, assuntos de todos
Por Coronel Álvaro Luiz Alves
Segurança. Assunto que não requer paciência muito menos tolerância.
Se existe algo que podemos dizer que é questão de vida ou morte é a segurança. Minuto a minuto, no Brasil, trava-se uma guerra da Polícia Militar contra problemáticas sociais. O tráfico de drogas, por exemplo, representa hoje 80% dos crimes no país. E o que vem a favor desse cenário caótico: a impunidade, que é o maior problema da polícia hoje. Estamos ‘enxugando gelo’, prendemos, as leis soltam. É comum você abordar alguém hoje, com 22, 23 anos, que estão com 12 passagens na Justiça.
Em Indaial, no Vale do Itajaí, foi detido um indivíduo arrombando uma loja que tinha 40 passagens. E, criminosos como ele, estão soltos, cometendo novos crimes. Aí as estatísticas comprovam o que disse: os crimes de furtos e arrombamentos a residências aumentaram consideravelmente, principalmente por causa do crack. As leis só beneficiam estes criminosos, que voltam a delinqüir indefinidamente.
E Santa Catarina? Atualmente se investe no aumento de efetivo, no uso de tecnologias para melhorar a produtividade, principalmente câmeras de segurança e tablets para obter informações mais rápidas e precisas. E no quesito educação, no nosso Estado, desde 2011, já se exige uma graduação para o Soldado, o que melhora e qualifica em muito o material humano. Aliado a isto, temos muitas tecnologias que podem ser usadas para o combate à criminalidade, mas o material humano é o mais importante.
Porém não basta. Melhorar a segurança dos catarinenses depende de um conjunto de fatores. O Estado fechou o primeiro semestre de 2012 com uma taxa de homicídios de 5,78 por grupo de 100 mil habitantes, o menor índice do Brasil. Porém os crimes de homicídio têm aumentado muito, principalmente por causa do tráfico de drogas. O crime contra o patrimônio e contra as pessoas aumentou consideravelmente. Há uns 10 anos, havia dois a quatro furtos por semana em Blumenau, hoje temos de quatro a cinco por dia. Assaltos à mão armada era coisa de um ou dois por semana, hoje é quase diário, com dias de pico, de dois a três por dia. Preocupante!
Ao cidadão resta incorporar no cotidiano atitudes defensivas, com atenção nos movimentos e observar a ação de pessoas ao redor para prever situações de risco. Cito o artigo 144: a segurança pública, dever do Estado e responsabilidade de todos... O texto diz tudo. Todos somos responsáveis. Considero que se as pessoas participassem mais dos conselhos de segurança (Conseg) de seus bairros e fossem mais observadoras anotando qualquer coisa suspeita como anotar dados, placas, horários, já contribuiria com a polícia.
Por fim, tudo começa na família. O exemplo dos pais é fundamental. Quando eu tento subornar o guarda, furo a sinaleira, compro objetos baratos (receptação), uso álcool e saio dirigindo estou demonstrando isso aos meus filhos. O exemplo vem de cima. Quando eu sou gentil no trânsito, sou justo em meus negócios, eu propago a paz, também apresento isso aos meus filhos.
Enquanto cidadãos, temos que ser atuantes, exigir de nossos representantes políticos leis mais duras, exigir investimentos em Segurança Pública, pois são nossos impostos que estão sendo utilizados. Existe uma reforma do código penal em andamento, onde querem reduzir a pena para furtos e outros crime, não devemos aceitar. Se assim está ruim, só vai piorar. Maior tempo de pena aos menores também devemos exigir, o húmus da criminalidade no Brasil é a impunidade, tanto dos maiores como dos menores.
Este texto faz parte do programa Cultura da Convivência, idealizado pelo SindsegSC em 2013 com o objetivo de trazer dicas que estimulam o respeito e o bom senso em situações do dia a dia no trânsito das cidades. As dicas são divulgadas mensalmente no Portal SindsegSC e ficam também disponíveis no menu SindsegSC / Responsabilidade Social e Ambiental / Trânsito – Conscientização / Edição 2013.
Fonte: SindsegSC – Sindicato das Seguradoras, Previdência e Capitalização em Santa Catarina