Renda continua concentrada em pequeno número de municípios
A renda no País ainda circula por um número restrito de municípios, mostrando as desigualdades. Estudo divulgado hoje pelo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, apesar de alguma melhora ocorrida até 2009, ainda é elevada a concentração da renda. A pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2005-2009, do IBGE, tomando por base a média dos 10% dos municípios com maior Produto Interno Bruto (PIB), informa que este grupo gerou 95,4 vezes mais renda do que a média de 60% das cidades com menor PIB. Os maiores indicadores foram observados na Região Sudeste.
Segundo a gerente da pesquisa, a estatística Sheila Zani, houve uma queda muito suave na concentração. "A pesquisa por regiões mostra, contudo, que em quase todas elas esse indicador vem se mantendo ou caindo de forma muito suave. Só Goiás, no Centro-Oeste, registrou aumento do nível de concentração", assinalou.
A crise de 2009 fez estragos no processo de desconcentração, sobretudo nos municípios com vocação para o comércio externo. Resultado: de acordo com o estudo, 188 municípios concentravam, em 2009, 25% do valor adicionado bruto, que correspondem ao valor gerado, menos o consumo intermediário, da agropecuária no Brasil. Por outro lado, 655 cidades agregavam 1%. O maior valor adicionado bruto da agropecuária foi agregado pelo município de Rio Verde (GO), informa reportagem da Agência Brasil.
Na indústria, 11 municípios agregavam 25% do valor adicionado bruto da atividade em 2009. A liderança brasileira entre os polos industriais foi mantida por São Paulo, com participação de 8,9% (aumento de 0,2 ponto percentual em comparação ao ano anterior).
Ainda em 2009, 37 cidades respondiam por metade do valor adicionado bruto da atividade de serviços. Desses, 17 eram capitais. O ranking adicionado de serviços foi liderado por São Paulo, com R$ 255,8 bilhões, e pelo Rio de Janeiro, com R$ 118,3 bilhões.
A pesquisa do IBGE constata também que 1.968 municípios brasileiros, equivalentes a 35,4% do total, apresentavam mais de um terço da economia dependente da máquina pública administrativa. Os destaques são Uiramutã/RR (80%) e Areia de Baraúnas/PB (71,4%).
Fonte: Viver Seguro Online