Sendo um dos setores da economia que mais sofre com perdas devido ao aumento da intensidade e frequência de eventos climáticos extremos, não chega a ser uma surpresa que as companhias seguradoras e resseguradoras estejam em uma posição de vanguarda no que diz respeito à conscientização dos perigos das mudanças climáticas.

Na mais recente demonstração dessa preocupação com o clima, 66 presidentes de algumas das maiores seguradoras e resseguradoras do planeta assinaram nesta semana a Declaração de Risco Climático da Associação de Genebra, que estabelece compromissos como uma maior ajuda do setor para ações de mitigação e adaptação.

“Nossa indústria pode dar uma contribuição considerável para os esforços de reduzir os impactos das mudanças climáticas. Mas para alcançar todo o nosso potencial precisaremos da colaboração de governos e de órgãos globais, como as Nações Unidas”, afirmou Michael Butt, presidente da Axis Capital.

“Diante do aumento dos custos econômicos causados por desastres relacionados ao clima, é fundamental que todo o potencial de seguros e resseguros seja aproveitado de forma eficaz”, completou Shuzo Sumi, presidente da Tokio Marine.

No total, as empresas signatárias e que formam a Associação de Genebra possuem mais de dois milhões de funcionários, um patrimônio de US$ 14,9 trilhões e estão presentes em cerca de 140 países.

Declaração dos Riscos Climáticos

O documento assinado pelo setor de seguros começa reconhecendo a realidade das mudanças climáticas: “O novo Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indica fortemente que as mudanças climáticas estão acontecendo, que as interferências humanas são evidentes e que as alterações estão ocorrendo mais rapidamente do que foi projetado anteriormente.”

Em seguida, a Declaração passa a citar uma série de mensagens-chave, as quais as companhias signatárias se comprometem a cumprir. Alguns exemplos:

- Como um dos principais investidores institucionais do planeta, o setor de seguros incentivará os esforços de mitigação e adaptação, como investimentos em projetos de energia de baixa emissão de carbono;

- A indústria de seguros está preparada para ajudar a combater os riscos climáticos através da cooperação ativa na adoção de códigos de construção ou meios semelhantes que incentivem o uso de práticas sustentáveis;

- Estamos dispostos a trabalhar estreitamente com os decisores políticos, comunicando aos nossos clientes os seus níveis de risco climático, possíveis estratégias de mitigação e adaptação, e quantificando os benefícios financeiros dessas estratégias;

- Podemos financiar pesquisas relevantes e o fornecer ferramentas para agir frente ao risco climático;

- Continuaremos a trabalhar no sentido de reduzir ainda mais a pegada de carbono, relativamente moderada, do setor de seguros;

- Estamos dispostos a desempenhar um papel importante e concentrado nos esforços globais para combater os riscos climáticos.

Entre as empresas signatárias estão: AIG, Allianz, Lloyd’s, Mitsui Sumitomo, Sul América e Swiss Re.

Fonte: CQCS